“Hoje eu nasci, uma ponta da flecha manifestada na vida, como uma dádiva divina expressando a esperança.
Nós esperávamos por ti há muito tempo. Juntas em círculo, eu estou no centro, elas levantam as mãos e me abençoam formando um manto de luz ao meu redor, eu faço uma reverência e começo a girar, girar, girar.
Forma-se uma espiral de luz quântica que nos envolve. E todas juntas damos mais um salto na espiral da vida.”
Antes de mim, meus ancestrais viveram, amaram, sofreram, tiveram esperanças e foram a ponta da flecha. Viveram da melhor forma que puderam contribuindo para a continuação da vida e alguns deram seu próprio sangue para que as próximas pontas da flecha se manifestassem.
O arqueiro é o destino, o propósito manifestado das leis cósmicas. O arco é a estrutura da família, seu campo morfogenético, suas regras, crenças, lealdades, sua cultura. A haste é o conjunto das pontas das flechas que já atuaram em seu devido tempo.
A ponta da flecha se manifesta sempre como uma resultante da força da haste e da direção que o arco proporciona. Todo o conjunto arco e flecha são operados pelo grande Arqueiro.
É justo que o arco e a flecha (haste e ponta) tenham sucesso e reconhecimento quando a ponta da flecha acerta o alvo porque foi o conjunto que conquistou a vitória.
Honrar nossos ancestrais é mais do que uma obrigação, é um ato de amor e de entendimento. Nosso corpo se manifestou somente porque nossos pais em um ato de amor à vida, assim o permitiram.
Sim, inclinemos nossa cabeça à nossa linhagem com humildade e gratidão. Ocupemos o nosso lugar na vida acolhendo e aceitando o destino, os desafios, as vitórias e as derrotas de nossos ancestrais.
Acolhendo sem julgar, apenas com entendimento, podemos seguir com nossa vida, sabendo que nossos ancestrais estão manifestados em nosso corpo, nossas células e nosso sangue. Por isso, tudo o que sabemos e somos vem do sagrado campo familiar daqueles que vieram antes de nós.
Nossa compreensão sobre a vida e sobre nós mesmos aumenta muito quando nossa visão se amplia até a nossa linhagem.
Tanto as experiências de sucesso como de fracasso se convertem em força, sabedoria e amor através do nosso olhar complacente e humilde ao aceitarmos os fatos do jeito e da forma como aconteceram.
Brigar, sofrer e querer que tudo tivesse sido diferente nos mantém na posição da criança. Podemos aprender a lidar com todos os sentimentos naturais que o ser humano manifesta e podemos compreender que é possível viver nos responsabilizando pela nossa parte em cada relacionamento.
A cada experiência vivida o nosso autoconhecimento aumenta e podemos seguir em frente com mais força porque nos tornamos resilientes e nosso coração se expande em amor e compaixão.
Fazer diferente do que nossos ancestrais fizeram implica em responsabilizar-se pela culpa de não ser leal ao grupo familiar.
Mas esse é um tema para o próximo capítulo.
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